Eu brinquei
com o oráculo
Disse pro
horoscopo que você nunca havia partido.
Só pra ter
certeza que não era mesmo amor
Ainda bem
que não flutuei demais.
E toco com
meus pés descalços esse chão demente
Que já está
sem cor, de tanta força que dele tirei.
Andei
descalço pela areia quente dessa superfície fosca
Sentia cada
grão de areia no solado dos meus pés
Mas
continuei a caminhar
Passos
vazios, luzes fracas, vozes roucas
Mas foi
desse chão que tirei sossego
Foram
derrubadas lágrimas nesse chão
E foi aqui
também que pulei de alegria
Eu nunca
fiquei sem chão, ele está aqui.
E para
olha-lo e me sentir um rei guerreiro
Tenho que
vencer os medos dia após dia.
Envolvo-me
com ele como se fosse uma raiz rasa.
Entranho-me,
o firmo fortemente.
Comprimo os
grãos de terra em minhas mãos
Chão que beijo,
terreno de todos os sonhos.
Ponto de
partida do poeta sonhador que não pode voar
Firma-me por
mais um dia no solo da terra prometida.
Plante-me e
crescerei belo.
E não
permita jamais que o amor me erga do chão novamente.
Eu
enfraqueceria até o fim definitivo
Mesmo que
tenha uma vida toda em vão
Não é na morte que
procuro explicação...