quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sobre o amor... e outras Alicices


Existe
É feito de som e de luz
Com um pouco de pimenta, a depender da pessoa.
Mas com certeza existe
Existe porque posso sentir o sabor
O vento trás o frescor
E as estrelas trazem saudades suas
Existe porque acredito em intuição
Porque posso sentir sua luz
E posso tocar a sua alma
Existe, pois posso te perceber...
Em minhas poesias
Minhas musicas
Meus versos em espirais.
Existe, pois um passarinho me contou.
E um coelho branco me levou
Pra ver, e crer.
Existe, e com ele tomei chá.
Existe, e as pessoas celebram.
Como uma passagem.
Existe, pois a inocência confere.
O otimismo fascina.
Os olhos não podem mentir.
Existe, e é imortal.
Não passa depois de um tempo...
Às vezes se acalma.
Contudo, a alma reclama.
Aborrece-se, faz careta...
Aumenta e diminui
A emoção fala mais alto
Lágrimas de um clássico hollywoodiano
Existe, porque o espero...
Com mudanças repentinas de olhar
Com vontade, de ir além...
Existe, porque alguém provou.
E até hoje é feliz
Existe, porque dele alguém sente saudade.
Existe, simplesmente por existir...
E enquanto eu acreditar, ele vai existir.
Dentro de mim.

Dar


Quero dar no florescer da noite sombria
Quando as flores da madrugada gemem de carência
E sentir um corpo quente jogado em minha cama
Ao me jogar por cima dele, languido e transparente.
Quero celebrar cavalgando a chegada das nuvens rosadas
Me entrelaçar nas suas pernas como se quisesse ser aprisionado
Beber dos seus lábios o sabor de um beijo selvagem, gemido e cansado.
Quero mostrar meu corpo de forma vulgar
Quero ver minhas roupas em farrapos no chão
A agressividade de seus movimentos intensificando o meu desejo
Sentir-me-ia preenchido pela sua rigidez e pressa
De forma a cair em minha cama enquanto você me junta
E vai me guiando a um movimento novo
Estou dominado pela sua força e forçado pela sua tara...
E segurando com força na cabeceira da cama começo a gritar em silencio
A chamar seu nome e implorar por mais
Mais força, mais firme, eu preciso sentir você.
Me arranha como se eu fosse uma canção desafinada
E saboreie um pouco mais a minha pele
Sussurre besteiras em meu ouvido, me puxe pelo cabelo.
Não pare de testar minha vontade, venha com tudo.
Faça daquele jeito em que piro, e me apaixono,
Pode me derrubar no chão.
E não pergunte novamente, pois sim, eu quero dar.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Anteu


Eu brinquei com o oráculo
Disse pro horoscopo que você nunca havia partido.
Só pra ter certeza que não era mesmo amor
Ainda bem que não flutuei demais.
E toco com meus pés descalços esse chão demente
Que já está sem cor, de tanta força que dele tirei.
Andei descalço pela areia quente dessa superfície fosca
Sentia cada grão de areia no solado dos meus pés
Mas continuei a caminhar
Passos vazios, luzes fracas, vozes roucas
Mas foi desse chão que tirei sossego
Foram derrubadas lágrimas nesse chão
E foi aqui também que pulei de alegria
Eu nunca fiquei sem chão, ele está aqui.
E para olha-lo e me sentir um rei guerreiro
Tenho que vencer os medos dia após dia.
Envolvo-me com ele como se fosse uma raiz rasa.
Entranho-me, o firmo fortemente.
Comprimo os grãos de terra em minhas mãos
Chão que beijo, terreno de todos os sonhos.
Ponto de partida do poeta sonhador que não pode voar
Firma-me por mais um dia no solo da terra prometida.
Plante-me e crescerei belo.
E não permita jamais que o amor me erga do chão novamente.
Eu enfraqueceria até o fim definitivo
Mesmo que tenha uma vida toda em vão
Não é na morte que procuro explicação...

Estranho


É estranho admitir que já não te amo.
Mas já faço isso sem me sentir mal.
Já sei te ofender, aprendi.
Já sei listar seus defeitos
Sei te humilhar, aprendi também.
Sei como te deixar sem graça
E te fazer sentir pior do que é.
Aprendi a lidar com sua esquizofrenia.
E todos os outros transtornos
Não levo mais a serio nada do que fala
Você não domina a própria existência
E não entende nada de felicidade
Não sabe se entregar
É preso a romances prontos
Amores e conflitos de música brega
Você interpreta a loira do banheiro
E eu ainda achava isso lindo... Louco.
Você precisa de tratamento
Porque não é normal ser tão inconstante
Você tem ciclo menstrual
Você sofre de gravidez psicológica contínua
E vive tendo abortos espontâneos
Você não sabe viver sem crise
Você precisa de problemas,
Você é uma vítima de si mesmo
Seus dramas são injustos
Sua estima é lastimável
Você não é homem pra assumir nada
E quer ser feliz sem enfrentar consequências
Inventa coisas para as pessoas
E acredita tanto nisso que sofre
Não tem dó de nenhum coração
Porque se esqueceu de onde fica o seu...
Você é cruel, estúpido e inconsequente.
E eu, era um louco que um dia se apaixonou por você.
E continuou repetindo...
Até se convencer de tudo o que foi dito até aqui.
Deus abençoe o meu terapeuta,
E tenha muita piedade dos seus.

A máquina



Eu sou o filho dessa maquina que roubou os seus amigos
E transforma desconhecidos em fiéis confidentes
Eu estraguei inúmeras histórias de amor com minha indiscrição
E tentei juntar gente diferente, mas foi tentativa em vão.
Eu sou responsável pelo bullyng e pelo tedio de cada dia
Se eu não existisse você ainda seria um ser de vida única
Ainda ia morrer de causas naturais e se transformar apenas numa lápide fria
Se não fosse minha capacidade de fazer você viajar, consumiria mais drogas.
E se eu não tivesse a capacidade de enganar as pessoas
Você não ia conseguir um encontro com a loira do comercial de cerveja
Que assim como você não é o presidente do Banco, ela nem é loira...
Se eu não fosse tão acessível, seu vídeo bizarro jamais seria visto.
Sua foto montada jamais seria comentada, sua frase de para-choque de caminhão;
Jamais seria lida...
Suas dicas de moda jamais seriam seguidas, sua musica ruim jamais viraria hit.
Sua vida desinteressante de famoso jamais seria conhecida
E seus produtos importados de qualidade duvidosa não seriam comprados
Se eu não existisse, também não haveria a esperança de aumento peniano.
Aquelas imagens com frases bobas que fazem as pessoas sorrirem, chorarem, se emocionarem... também não existiriam...
Se eu fosse você eu tomava cuidado comigo
Eu consegui reinventar toda a sua vida.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Poison

Seu veneno não me mata.
Mas em seus sonhos não me movo
Seu jardim tem terras férteis
Mas minhas rosas tem espinhos
E suas garras tem veneno

Sua casa não tem muros
Mas é lá que me sinto seguro
Seu ventilador espalha medos
E seus medos são mais letais que seu veneno
Suas paredes são envenenadas

Seu corpo não tem sabores
Mas o gosto do seu veneno me agrada
Seus poros transpiram estricnina
E sua boca é doce e estou viciado em seus beijos
Sua derme causa queimaduras em mim

O problema que não posso resolver
Seu veneno não me mata
No seu corpo
Seu veneno
Seu amor
Minha inocência
Sua ignorância
Minhas flores sem vida
Você é feito de sonho
Meu coração partido em suas mãos
Mas eu amo o seu veneno
Porque seu veneno não me mata...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Quarteto


Causa (Brilho condutor do falso olhar)


Foi por causa dos seus olhos
Que eu fui impedido de ser feliz
Foram seus olhos que me levou de mim
E não fui devolvido, ainda
Foi por amar o amor escondido
Pela beleza dos seus olhos
Que corri o mundo, sem sair daqui
Sobrevivi aos momentos de sufoco
Impostos por tudo que eu sonhei
Sonhei com o próprio pranto
Sofri sonhando, segui sorrindo
Esperando a minha alma nova
Nunca me quis de volta porque
Sempre soube que eu era a forma
Eu sou a cor, eu sou o sólido, aprendi
Que ser alma á muito perigoso
O segredo é aprender ser corpo
Sem ti, sem mim e sem amor
Lutei, sangrei, suspirei
Quase morri, vi o inferno e voltei.
Voltei porque foi nos olhos do capeta
Que reencontrei o seu olhar.


A água correu pra longe, e longe abriu caminho
Talvez feliz junto, talvez bem mais feliz sozinho
Belo como um pássaro voltando pro seu ninho
Mais cedo ou bem mais tarde, saindo de fininho
Na linha daquele horizonte ou num lençol de linho
Na palma da mão, no meio da rua, na taça de vinho
No meu dia-a-dia, no meu cachecol tão quentinho
Na inocência da criança, nas rugas do velhinho
Na casa avarandada de quintal pequenininho
No brilho de um olhar, desajeitado desse anjinho
Meus olhos encharcados, eu seco com lencinho
No dia que sou tempestade ou sou só um ventinho
Na maçã envenenada, no meu pequeno cantinho
Na face desajeitada do coração em desalinho
E na felicidade do palhaço sem carinho
Sigo em contrapartida ao meu caminho.


Pra que viver?
Se não sei mais caminhar sem seus olhos
Se seu amor me cegou
E me levou de mim

Pra que viver?
Se amanhã não posso acordar sorrindo
Se sorrir não faz sentido
Se não posso te ter aqui

Pra que viver?
Se ainda quero sentir seu perfume
Se sofro e tenho ciúmes
Se ainda não te esqueci

Pra que viver?
Se agora minha vida é tão torta
E se ouço o ranger da porta
Não é você quem voltou pra mim

Então
Porque é que eu não tenho mais você (motivo de viver)
Porque que eu não consigo te esquecer (memória pra sofrer)
Porque não acredito que quer me amar (coração a sangrar)
Porque é que o mundo não quer mais girar (lembrando desse olhar)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Enfim

Não se apaixone por mim
Se não tiver um cantinho pra eu me ajeitar
Entre suas coisas bobas, seus sonhos toscos
Guarde essas cores pra me enfeitar
E anuncia!
Espalhe pra todo mundo que me ama
Se tiver um pensamento para dividir
Se tiver um cachorro pra eu acarinhar
E se na minha vida você se encaixar
Para Comemorar
Decida que é comigo que queres estar
Me dê um bom motivo pra não te deixar
Acorde os meus carinhos seja como for
E me mostre o poeminha que você já fez
Recomeçar
Juntando um mais um como se deve ser
Imaginando um dia inteiro de prazer
Deseja que eu não me canse de te amar
Registre em sua pele todo o seu sentir
Ainda assim
Tome muito cuidado ao se apaixonar
Não peço que me agrade se não quer amar
E se não quer amar não venha mais aqui...

domingo, 11 de março de 2012

Ela (É a mulher de todas as minhas vidas)

*Poema em Homenagem ao dia da Mulher


Ela é forte, eu fui fortalecido.
Ela é bela, eu sou arrumadinho.
Ela é humana, eu sou humanizado.
Ela é real, eu sou uma criação dela.
Ela é preciosa, eu sou um ouro de tolo.
Ela é o arco-íris, eu sou a chuva.
Ela é responsável, eu faço as coisas certas.
Ela é sensível, e eu emotivo.
Ela é racional, e eu penso no melhor pra mim.
Ela é verdadeira, e eu simplesmente sincero.
Ela é comunicativa, eu falo pelos cotovelos.
Ela faz as qualidades se sobressaírem, eu sou traído por meus defeitos.
Ela gosta de tudo o que cuida, eu só cuido daquilo que gosto
Ela ama a vida, eu amo viver.
Ela é solidaria, eu dou esmola por estar com pressa.
Ela vê além dos olhos e eu mal vejo os olhos dela
Ela adivinha os meus pensamentos e eu só faço o que ela fala.
Ela inspira a minha arte, a minha arte morre de inveja dela.
Ela dá sabor a tudo o que toca, eu toco em tudo o que tem sabor.
Ela dorme em menos da metade da cama e eu ainda invado o espaço dela
Ela mantem todas as coisa em seu lugar, eu arrumo num lugar coisas que não mantenho.
Ela se move, se encaixando em meu mundo, ela me faz sorrir, me faz seguro e me acarinha.
Às vezes tudo o que eu quero é que ela se cale, me deixe em paz e não me irrite.
O que eu não posso enxergar é que ela, só ela, somente ela e mais ninguém.
É que sabe me completar como se fosse o coringa do meu jogo
Como se ela fosse rima pra esse poema
Ela amarra meus sonhos como uma corrente de sensibilidade.
Eu só tenho a luz quando ela traz.
Ela é a mulher da minha vida
E a minha vida esperou por essa mulher por todas as minhas vidas.

Eu quem sou?


Eu sou a poesia do orvalho que desliza na folha
Cai e se quebra sendo sugada pelo chão alheio
Sou a agressividade da gota de chuva bombardeando a terra
Sou a fragilidade de um dragão ferido, a suavidade da aspereza.
Sou o grão de areia que incomoda o gigante
Sou a força da formiga, a salvação dos inocentes.
A pedra que rola uma montanha e atravanca seu caminho.
Eu sou a solidão da multidão na chuva.
Do carnaval, eu surjo na quarta em cinzas.
Renasço na quinta, pronto pra batalha.
Eu sou a sensibilidade dos fortes, a ira dos fracos.
O desejo incompreendido dos desamados.
Eu sou o resgate dos desaparecidos e o abraço de aconchego
Eu sou a frieza da falta de carinho
Um dia eu quis ser amado, mas hoje eu me dedico em ser amável.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Oração das rosas


Pai, obrigado pela generosidade tua.
Tão bela quanto à da Natureza
Que faz com que a dedicação a uma roseira
Faça-nos vibrar com sua beleza
E que a inspiração nossa de cada dia
Maior que a ira irresponsável do ciúme
Permita-nos sentir enquanto podemos
Das rosas o mais inspirador perfume
E os espinhos que a roseira coleciona
Tentativa de proteção contra malfeitores
Não afaste a mão delicada do breve poeta
Que também se protege dos ruins amores
E que as folhas que o vento forte e pálido
Teima em querer ao chão sofrido derrubar
Não percam a capacidade de gerar vida
E deixe o terreno dos sonhos sem adubar
E suas raízes de onde tira da terra sustento
Onde desejos enterrados encontram abrigo
Sejam sempre profundas, ramificadas e densas.
E proteja toda a alma ferida de maior perigo.
E quando não puder mais da terra e água
Conseguir o suficiente para sobreviver
Secarei apenas uma rosa em meu livro de poesia
E nunca mais da sua generosidade irei esquecer
Porque enquanto estiver serena em meu quintal
Roseira que sobreviveu a todo o meu desencanto
Lembrar-me-ei de quando não me dediquei a ti
E enquanto eu sofria, regava-lhe com meu pranto.
E ao Pai que ainda me ouve nesse instante eterno
E que reconstruiu meu coração antes em pedaços
Que dê a essa rosa que lhe ofereço destino certo
É a minha única forma de estar em dois espaços...

Á prova de balas


Quisera eu não ser tão profundo
Não ser o cara mais lindo do mundo
E de quebra não seria um vencedor
Queria ter pertencido a mais amores
E se não fosse composto de tantas cores
Não seria do mundo imaginário o criador

E não tivesse tantos sonhos desenhados
Não fosse cercado de magia pelos lados
Não tivesse em mim esse gênio genial
Se eu não tivesse tempo pra vida
Se minha poesia jamais fosse lida
Eu nem seria assim tão especial

Mas e se não tivesse sorrido tanto
Se não quebrasse todo o encanto
Na busca pelo real que tanto falas
Eu não teria sofrido tanto de amor
Não teria sobrevivido a toda a dor
E percebido que não sou á prova de balas.

Abaixo da Auréola

Minha foto
A fonte de inspiração que sobrevive aos borrões da cor, a lua que não encontra o sol e mesmo assim depende dele pra se manter clara,a alegria de um poeta ao ver a flor que molda as mais belas palavras e as sintoniza, criteriosamente, para que os admiradores sufoquem-se de beleza, inspirem-se e sonhem, cada dia, mais e mais, eu sou o portador da beleza que há nas palavras.