sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Violão

Eu poderia escrever uma canção
Pra você tocar em seu violão
Falar de como o amor é um engano
E não uma tentação
Não seria tão difícil não
Falar sobre o cupido
E uma flecha envenenada
Que tranformou meus amores
Na maior piada
História real
Mas eu prefiro esquecer tudo
E somente dançar
Mesmo que os acordes
Não possam me empolgar
Eu prefiro dançar pro espelho
Sobreviver ao pesadelo
Ouvindo seu violão, seu violão.

Eu poderia escrever sobre amores abstratos
Gente que não ama, só busca status
Facílimo, tão fácil.
Mas eu também escreveria sobre o futuro
Sobre o céu que não é mais azul escuro
Do meu sol, meu arredor.
Meu amor próprio
Meu andar só.
Mesmo com tantas exigências
Deixei de abraçar as referências
E agora sou eu só, eu sou
E só
Bastou.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Memória

Encontrar seu livro de memórias
Pra ver se fui mesmo apagado dos seus sonhos.
Um lugar onde sucumbiu os desejos.
Algum lugar sombrio da sua alma onde adormecido, alimento meus sonhos com sua voz.
Tento identificar em seu olhar algo que sobrou de mim, em vão.
Não sei o lugar que ocupo em sua memória.
E não sei não pensar que haja algo de mim guardado aí.
Talvez, as vezes, ainda haja um pouco da minha ingenuidade nos seus pensamentos.
Talvez me veja caminhar em direção ao seu abraço, mas talvez prefira ver-me se afastar dos seus braços, fugindo.
Talvez, às vezes, se lembre que me amou, mesmo que por alguns minutos.
Às vezes eu queria me apagar da sua memória, pra quem sabe, algum dia, poder me desenhar novamente.
Já que em minha memória é, como se você sempre estivesse estado, como se esse amor ja tivesse nascido comigo.
Como se cada gesto seu, fosse um respirar meu.
Como se seus passos pudessem mover meu mundo.
Te amar nunca foi uma escolha.
Tentar te esquecer, foi como tentar perder a memória.
E te ver,
Te ver é como fugir de tudo o que sou.
Só pra não dizer que te amo.

Enredo

Me enredarei a você
Como um casulo abraça a lagarta
E a torna bela
E colorida
Borboletadeira
Coleciona cores
De flores
Por aí
Como a rede
Em que enteiado
Em mim grudado
Presa fácil
Do meu desejo de viúva negra
Envolto príncipe
Pelos muros de pedra
Na alta torre
Aprisionado
Sem lençóis para Maria Teresa
Sem que seus cabelos cresçam
E só eu voe ao topo
Ao seu lugar
Seu céu, meu chão
Que meu nome se tatue em seu coração
E no topo
Ainda em segredo
Eu deixe de ser seu medo
E seja eternamente o seu enredo.

Abaixo da Auréola

Minha foto
A fonte de inspiração que sobrevive aos borrões da cor, a lua que não encontra o sol e mesmo assim depende dele pra se manter clara,a alegria de um poeta ao ver a flor que molda as mais belas palavras e as sintoniza, criteriosamente, para que os admiradores sufoquem-se de beleza, inspirem-se e sonhem, cada dia, mais e mais, eu sou o portador da beleza que há nas palavras.