Pai, obrigado pela generosidade tua.
Tão bela quanto à da Natureza
Que faz com que a dedicação a uma roseira
Faça-nos vibrar com sua beleza
E que a inspiração nossa de cada dia
Maior que a ira irresponsável do ciúme
Permita-nos sentir enquanto podemos
Das rosas o mais inspirador perfume
E os espinhos que a roseira coleciona
Tentativa de proteção contra malfeitores
Não afaste a mão delicada do breve poeta
Que também se protege dos ruins amores
E que as folhas que o vento forte e pálido
Teima em querer ao chão sofrido derrubar
Não percam a capacidade de gerar vida
E deixe o terreno dos sonhos sem adubar
E suas raízes de onde tira da terra sustento
Onde desejos enterrados encontram abrigo
Sejam sempre profundas, ramificadas e densas.
E proteja toda a alma ferida de maior perigo.
E quando não puder mais da terra e água
Conseguir o suficiente para sobreviver
Secarei apenas uma rosa em meu livro de poesia
E nunca mais da sua generosidade irei esquecer
Porque enquanto estiver serena em meu quintal
Roseira que sobreviveu a todo o meu desencanto
Lembrar-me-ei de quando não me dediquei a ti
E enquanto eu sofria, regava-lhe com meu pranto.
E ao Pai que ainda me ouve nesse instante eterno
E que reconstruiu meu coração antes em pedaços
Que dê a essa rosa que lhe ofereço destino certo
É a minha única forma de estar em dois espaços...
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